Projeto aprovado na ALEP autoriza distribuição de dinheiro público para quem trabalha com influência digital, mas exigirá contrapartida polêmica.
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Foi aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná e sancionado no início do mês, um projeto de autoria do deputado Ney Leprevost que chamou a atenção de parlamentares por conter nas entrelinhas um detalhe muito peculiar. O foco era criar a Semana do Digital Influencer, mas no meio da proposta, havia um parágrafo em que autorizava o poder público a destinar recursos de mídia e divulgação para influenciadores digitais.
Atento aos perigos que isso poderia trazer, especialmente em ano eleitoral, o deputado Requião Filho, líder da oposição, encaminhou ao plenário uma emenda ao Projeto de Lei 548/2023, exigindo uma contrapartida dos influcencers; a transparência total dos recursos recebidos, que deverão ser adicionados ao próprio post pago.
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“Para evitarmos uma enxurrada de influenciadores sendo pagos com dinheiro público, em pleno ano eleitoral, falando com suposta propriedade sobre temas sensíveis e de interesse social, ou muitas vezes de posturas políticas polarizadas, encaminhamos uma emenda exigindo que fique claro para a população, em cada post, que aquela informação não foi espontânea, mas sim, paga. Ainda, além de respeitar questões de acessibilidade, como a necessidade de legendas, em caso de vídeos, a publicação deve apresentar de modo legível e claro informações de quem pagou e o valor”, explicou.
A observação feita pelo deputado Requião Filho ganhou apoio na ALEP, inclusive do próprio proponente da lei. O texto foi aprovado e sancionado pelo Governo Ratinho Jr (Lei 21968/2024) no início de maio.
“Para alguns influenciadores, isso pode soar desconfortável, ter que revelar quanto ganhou para falar isso ou aquilo sobre o poder público. Mas quem ganha é a população, que vai poder ter discernimento diante das redes sociais, do que é opinião real e opinião paga”, esclareceu Requião Filho.