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Assembleia aprova terceirização da Educação em meio a forte resistência da Oposição

Deputados denunciam falta de debate e impacto negativo na qualidade das Escolas Públicas.

Deputados Requião Filho e Arilson Chiorato (Foto: Dalie Felberg)

Nesta terça-feira (4), a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou, em 2ª discussão e redação final, o Projeto de Lei 345/2024, de autoria do governador Ratinho Jr., que visa terceirizar a gestão da Educação Pública no Estado.


A votação resultou em 38 votos favoráveis e 13 contrários, gerando um intenso debate no Plenário - mesmo a sessão sendo realizada de maneira híbrida, já que a grande maioria dos deputados da base do governo participaram de forma online. A Bancada de Oposição foi unânime em sua desaprovação, destacando os prejuízos que a medida trará para a Educação paranaense.



Requião Filho: 'Estamos moralmente indignados'


O deputado Requião Filho, Líder da Oposição, expressou veementemente sua insatisfação, tanto na tribuna quanto em entrevista à imprensa. “Sem manchar a minha história, sem fazer ginástica para justificar um voto absurdo contra a minha ideologia, eu voto NÃO, em favor da Educação,” declarou durante a votação.


Respondendo às equipes de reportagem, ele acrescentou: “A Comissão de Constituição e Justiça deveria analisar apenas a legalidade das emendas, mas decidiram entrar no mérito. Atropelaram o processo para aprovar um projeto que impacta diretamente a qualidade da nossa Educação.”


Requião Filho também destacou a falta de transparência e debate público, acusando o governo de usar a máquina de propaganda estatal para manipular a opinião pública.


Críticas ao processo e ao impacto financeiro


Na tribuna do Plenário, os deputados da Oposição Goura (PDT) e Arilson Chiorato (PT) reforçaram as críticas ao processo de tramitação e aos impactos financeiros da terceirização.


Goura lamentou a ausência de debates significativos: “A proposta foi trazida aqui sem discussões reais, apenas com um verniz democrático. A máquina de propaganda do Estado está a todo vapor para convencer a população de que esse projeto é benéfico, mas sabemos que é uma falácia. Vimos a propaganda do governo em curso nas redes sociais para dizer que o projeto está muito bom, quando na verdade, não há urgência nisso,” criticou Goura.


Chiorato complementou: “Há uma interferência direta na gestão financeira das escolas, precarizando ainda mais o trabalho dos educadores e afetando a qualidade do ensino.”


Renato Freitas e Professor Lemos alertam para a privatização


O deputado Renato Freitas (PT) apontou para o favorecimento de empresas privadas: “A proposta atual direciona cerca de R$ 140 milhões para empresas gerirem nossas escolas, com taxas de administração elevadas. Esse é o verdadeiro ‘negócio da China’ para os amigos do rei, enquanto a educação pública sofre.”


Já o deputado Professor Lemos (PT) lembrou da ilegalidade do projeto: “Este projeto fere o artigo 213 da Constituição Federal, que determina que os recursos públicos devem ser destinados exclusivamente às escolas públicas.”


Luciana Rafagnin: 'Sem Debate com a sociedade'


A deputada Luciana Rafagnin (PT) criticou a falta de diálogo do governo com a sociedade: “O projeto do governador, que é tão importante para o Estado do Paraná, não foi debatido com a sociedade. Não ouvimos os pais, alunos e a comunidade escolar. O governo simplesmente encaminhou este projeto para a Assembleia sem considerar a opinião pública. Estamos vendo a Educação do nosso estado ser privatizada, o que significa que empresas e não mais o Estado, estarão à frente da gestão.”


Ação no STF


Diante da aprovação do PL 345/2024, os oito parlamentares da Bancada de Oposição, com o apoio da deputada Mabel Canto (PSDB), protocolaram um documento no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão do projeto.


O documento solicita que o governo apresente uma estimativa do impacto financeiro da terceirização antes que a lei entre em vigor. Os deputados esperam reverter essa decisão e proteger a Educação Pública no Paraná.


Próximos passos e mobilização


Com a aprovação do Projeto de Lei 345/2024, a Educação no Paraná enfrenta um momento decisivo. A Bancada de Oposição na Alep continua firme em sua oposição à privatização, defendendo a manutenção de um sistema educacional público de qualidade.


Os deputados oposicionistas estão mobilizados e agora voltam seus esforços para o STF, na expectativa de reverter uma decisão que, segundo eles, representa uma ameaça significativa para a Educação Pública e os direitos dos educadores no Estado.


Deputados que votaram contra

Na votação desta terça e na primeira discussão realizada na segunda-feira (3), os seguintes deputados votaram contra o projeto:


-Ana Júlia Ribeiro

-Arilson Chiorato

-Dr. Antenor

-Goura

-Luciana Rafagnin

-Professor Lemos

-Renato Freitas

-Requião Filho

-Cristina Silvestre (PSDB)

-Evandro Araújo (PSD)

-Mabel Canto (PSDB)

-Ney Leprevost (União Brasil)

-Tercílio Turini (MDB)


Esses parlamentares destacaram a importância de uma Educação Pública e de qualidade, reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos dos educadores e dos estudantes paranaenses.

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