O que há de diferente entre os corruptos do ex-governo paranaense e os dos ex-governos do Brasil?
O Paraná segue os passos dos grandes escândalos políticos nacionais, mas com um vergonhoso atraso! Só agora, após o término do mandato é que vêm à tona detalhes inescrupulosos, quiçá obscenos, de inúmeros esquemas de corrupção.
Delações, mensagens trocadas, documentos, provas, reportagens bombásticas... um coquetel explosivo contra o ex-governador, amigos, parentes e apadrinhados é exposto à população, no melhor estilo “Lava Jato”.
Aqueles que acompanharam a saga federal, que culminou na prisão de altos nomes da política, com direito a enredo em filmes e seriados, fica agora a expectativa quanto aos desdobramentos da novela policial paranaense. Teremos prisões? Veremos altos figurões levados sob o título de condução coercitiva? Teremos sigilos violados e a grande imprensa os revelando em horário nobre ou no intervalo do jogo da Seleção?
Para nós, que acompanhamos e denunciamos incansavelmente a má gestão pública, vemos com tristeza que o ex-governo teve o tempo que desejou para completar suas artimanhas, exatamente como no Rio de Janeiro, que apenas após perder o foro privilegiado, o ex-governador Cabral teve a investigação contra si levada a termo.
Então, leitores, minha conclusão é simples, o que há de diferente entre os corruptos paranaenses e o dos outros Estados é apenas a sorte de morarem no Paraná e contarem com apoio de amigos e troca de auxílios.
Ao que parece, os investigados paranaenses ainda não temem a Justiça, por se sentirem “protegidos” por ela! Será que o Ministério Público e o Judiciário, agora, conseguirão arrumar a própria casa?
Mais aguardada que a abertura da Copa e tal qual foi a cobertura midiática da greve dos caminhoneiros, será esta outra pauta de combate à corrupção que passará despercebida pelos grandes jornalões? Vamos ficar de olhos bem abertos! Não é porque a Seleção estará em campo lá na Rússia que a justiça terá impeditivos para fazer seu trabalho por aqui. Ou terá?