Estamos vivendo um momento estranho, controverso na sociedade brasileira. De um lado, um tarado ejacula no pescoço de uma mulher no ônibus e é liberado pela Justiça. Uma decisão teratológica, a qual eu duvido fosse concedida se a vítima fosse a filha ou a mulher de um juiz. A mulher sofre um abuso, uma violência sem tamanho, e um magistrado com uma visão misógina, curta e machista, libera o cidadão.
Segundo a alegação do indivíduo tratava-se apenas de um pobre “doente” reincidente, que volta a repetir a agressão depois de dezenas de outras, e ficamos sabendo só agora que ele se trata de um agressor contumaz e rotineiro. E não fosse o agito das pessoas na mídia, ele continuaria SOLTO!
De outro lado, numa comparação cruel e infeliz, a educação no Paraná também é “estuprada”, o servidor público é “violentado”... Os políticos sofrem assédio moral e a população é vilipendiada e atingida diariamente por agressores não menos doentes, não menos contumazes, não menos rotineiros...
Enquanto procuramos heróis, os escândalos de corrupção no Paraná perpetuam-se como a violência e os estupros são para milhares de mulheres no Brasil: costumeiros, clichês e rodeados de falsos moralismos, que absolvem este tipo de ilegalidades.
Enquanto pipocas e holofotes estiverem no centro das atenções oportunistas desse país, a Lei infelizmente continuará não sendo para todos. O Paraná é o maior exemplo disso! Até quando?
Requião Filho é Deputado Estadual do Paraná.
Artigo publicado originalmente em Blog do Esmael.