A espera de novos ‘pacotaços’, continuamos firmes em defesa de menos impostos e mais fiscalização.
Após duas semanas de recesso regimental nas atividades plenárias da Assembleia Legislativa do Paraná, cá estamos nós, deputados, de volta às nossas bancadas, na luta por menos impostos e mais empregos. Por menos corrupção e mais fiscalização.
Após percorrer dezenas de municípios paranaenses, num trabalho itinerante bem próximo da população realizado nas últimas semanas, volto renovado e com a certeza de que estamos fazendo um bom trabalho. De que estamos representando bem os interesses de prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias que estão indignados com a falta de apoio do atual governo estadual.
Falta atenção à segurança, à agricultura, às estradas e, principalmente à educação. O que estão fazendo com nossas escolas? Ou melhor, o que estão deixando de fazer por elas?! É triste ver a realidade e saber que nossos alunos e educadores estão sendo desassistidos, esperando novas salas de aula há anos ou uma simples manutenção de seus colégios, e nada acontece!
O que vi de perto foram pessoas indignadas com tanta ambulância distribuída sem necessidade, com tanto dinheiro prometido em suas regiões e nada chega até lá. Pessoas que não estão satisfeitas com o aumento dos impostos e o fim de programas importantes que criamos como a Tarifa Social da Água e o Luz Fraterna.
E o que sabemos é que logo chegarão novos ‘pacotaços’ para serem aprovados, em benefício daqueles que vendem maravilhas na televisão. Fiquemos atentos! Vem muita tensão por aí.
E de Norte ao Sul do Estado, de Leste a Oeste, menciono aqui também a importância de batalharmos pela nossa Unila, nossa Universidade ameaçada na Tríplice Fronteira. Faremos neste mês de agosto, em Foz do Iguaçu, uma Audiência Pública para debater com a comunidade a permanência das atividades da instituição, alvo de um projeto em trâmite no Congresso Nacional que encerra as atuais atividades e fecha as portas para os países vizinhos.
Queremos entender o porquê deste interesse repentino pelo fim da integração desta universidade tão importante para a América Latina e que tem trazido resultados tão positivos para a sociedade.
No outro extremo do Estado, outro debate que deve retornar à pauta neste segundo semestre, é o Projeto que cria a Região Metropolitana do Litoral. Uma Audiência Pública foi realizada em Paranaguá há dois meses e reuniu representantes de todos os municípios interessados. A retomada das discussões deve movimentar as atividades a partir de agora.
Igualmente, toda atenção continuará sendo dedicada aos trabalhadores portuários e para a possibilidade de paralisação das atividades dos Portos de Antonina e Paranaguá, a partir de 09 de agosto. A Receita Federal pediu à APPA a regularização de uma série de questões ambientais e operacionais que, não forem cumpridas, podem levar à suspensão da movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias.
Trará um prejuízo enorme aos empresários paranaenses e para a economia nacional. Perder a capacidade alfandegária e de armazenamento do nosso porto é um risco muito grande e uma irresponsabilidade maior ainda.
E por fim, há muito trabalho a ser feito em todo Estado, como continuar acompanhando de perto os problemas de caixa do Governo Estadual, em especial no que diz respeito à Sanepar e à Copel, que aumentaram significativamente as tarifas de água e luz da população paranaense.
Para onde está indo este dinheiro e o que a empresa está fazendo na contrapartida? Quais investimentos e obras estão sendo projetados para beneficiar os cidadãos que pagam seus tributos em dia? Afinal, as reclamações relacionadas a estes setores são inúmeras, bem diferentes do cenário que eles apresentam nas propagandas da televisão.
Há ainda o projeto que apresentamos e tramita a passos lentos, desde 2015. Tudo isso porque defendemos os micro e pequenos empresários, sugerindo diminuir impostos para aumentar a geração de empregos no Paraná. Mais uma ideia que vamos retomar e não deixar cair no esquecimento na Assembleia Legislativa.
Por fim, toda população do interior me cobra, onde quer que eu vá, a respeito do acompanhamento às denúncias deflagradas pela Operação Quadro Negro e pela Operação Publicano. Todos querem saber o que foi feito com o dinheiro público desviado da Receita Estadual e o que serão feitos destes ‘nomes’ de pessoas de dentro do Governo, citados pelos delatores.
Uma coisa é certa! E falei disso na última coluna… se nada for solucionado e desvendado, a solução estará nas urnas!
Vivemos um período complicado, em que perdemos a credibilidade em nossos governantes. Nosso Chefe do Executivo é alvo de inúmeras denúncias, aparece na lista de Janot da Lava Jato, responde a inquéritos no STJ e tem um governo investigado por fraudes no Porto de Paranaguá.
Precisamos fazer a nossa parte, enquanto legisladores, protegendo a população de projetos e ‘pacotaços’ que cheguem a esta Casa, com finalidades duvidosas e prejudiciais aos empresários, aos servidores e aos paranaenses.
E ficarmos atentos às obras eleitoreiras que, eventualmente, começarão a surgir como bondades a partir de agora, tentando apagar o passado tortuoso que vivemos, como se tudo tivesse sido um voo tranquilo, num céu de brigadeiro.
Requião Filho é deputado estadual pelo PMDB do Paraná
(*) Artigo publicado originalmente em Blog do Esmael